Depois de ver este video Tive que Ler mais sobre o Asunto

 

Genocídio no paraíso


Por: ALBINO REIS



Quando Cabral chegou ao Brasil, os índios eram aos milhões. Cinco séculos depois, os povos que levaram os «descobridores» a confundir as terras fartas e generosas com o paraíso ultrapassam a custo as cinco centenas de milhares. Foi um dos grandes genocídios da História. Há que pará-lo e, na medida do possível, repará-lo.

Ano de 1500 depois de Cristo. Os índios da Baía (Brasil) admiram-se com aquela gente estranha que desembarca nas suas terras. Gente de cor diferente, que fala uma língua incompreensível, estranhamente vestidos dos pés à cabeça.
Não se sabe ao certo quantos eram os índios que habitavam o território que hoje forma o Brasil, quando a nau capitânia de Pedro Álvares Cabral chegou a Porto Seguro naquele dia 22 de Abril. Alguns pesquisadores arriscam números que vão dos 3,5 milhões aos oito milhões de indivíduos. Na troca de presentes, Cabral recebeu um cocar de penas e ofereceu ao cacique Tupinikim um chapéu europeu cheio de outras penas. Ao longo de 500 anos, num verdadeiro genocídio, os índios têm vindo a morrer vítimas de epidemias, fome, deslocamentos forçados, confinamentos em espaços que lhes são adversos, conflitos com invasores (fazendeiros e garimpeiros, sobretudo), trabalhos forçados. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, identificou o extermínio de 1477 povos indígenas. Segundo Darcy Ribeiro, 55 nações indígenas desapareceram completamente só na primeira metade do século passado. Pelo menos 70 grupos estão actualmente em risco de extinção.

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