Eleições2010 -  20/09/2010

Dois terços dos brasileiros ainda não tem candidato a deputado federal


Tiririca é o mais citado em SP, e Garotinho, no RJ


Nomes já conhecidos do eleitor, seja pela trajetória política, seja pela carreira artística ou esportiva, dominam as listas de nomes preferidos para uma vaga na Câmara dos Deputados em 2011. Pesquisa realizada pelo Datafolha entre 8 e 9 de setembro mostra que a maioria (66%) dos eleitores brasileiros ainda não têm um nome para deputado federal. Entre a minoria que já tomou essa decisão, despontam nomes como Tiririca e Paulo Maluf, em São Paulo, o ex-goleiro Danrlei e Manuela Dávila, no Rio Grande do Sul, e Garotinho e Romário, no Rio de Janeiro.


Para a pesquisa foram ouvidas 11660 pessoas em todo o país entre os dias 8 e 9 de setembro. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.


Tiririca (PR) é o nome mais citado pelos eleitores paulistas: 3% pretendem votar no candidato, que concorre pela primeira vez a um cargo público. No Estado de São Paulo, 69% não afirmam não saber ou não lembrar em quem irão votar para deputado federal. Além do candidato do PR, apenas Paulo Maluf (PP), Márcio França (PSB) tiveram menções suficientes para atingir 1% no levantamento. A legenda do PT também alcançou 1% das citações. A opção de votar em branco ou nulo para deputado federal é a escolhida por 4% dos paulistas.


No Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) é o nome mais indicado pelos eleitores, com 2% das intenções de voto. Com 1% das indicações aparecem o ex-jogador Romário (PSB) e o apresentador Wagner Montes (PDT), além de Bolsanaro (DEM), Deley (PSC) e Rogério Vilanova (PSDB). Os demais não atingiram esse índice no Estado, onde 64% dos eleitores não souberam indicar um candidato à Câmara.


Em Minas Gerais, a lista de candidatos com indicações suficientes para atingir 1% na pesquisa é dominada pelo PT. Dos oito candidatos que aparecem com 1%, seis são do partido: Reginaldo Lopes, Gilmar Machado, Leonardo Monteiro, Padre João, Paulo Delgado e Welinton Prado.

Além deles, ficam entre os mais citados, com o mesmo índice, Jaiminho Martins (PR) e Toninho Pinheiro (PP). Não sabem em quem votar para deputado federal ou se esqueceram do nome escolhido 64% dos mineiros, aponta o levantamento do Datafolha.

A deputada Manuela D’ávila (PC do B), a mais votada nas eleições de 2006 no Rio Grande do Sul, é a mais citada pelos gaúchos para a Câmara dos Deputados, com 2% das intenções de voto. Além dela, ficam entre os mais apontados pelos eleitores, com 1%, os candidatos Darnlei (PTB), Paulo Pimenta (PT), Pepe Vargas (PT), Girardi (PTB), Afonso Hamm (PP), Marroni (PT), Sérgio Moraes (PTB), Luciana Genro (PSOL), Mendes Ribeiro (PMDB), Perondi (PMDB), Beto Alburquerque (PSB), Maria do Rosário (PT), Afonso Motta (PDT) e Enio Bacci (PDT). O índice dos que não sabem indicar um nome alcança 67% no Estado.


Na Bahia, ACM Neto (DEM) é apontado por 2% dos eleitores para a vaga de deputado federal, o maior índice. Entre os mais citados, com 1%, também aparecem Mário Negromonte (PP), José Rocha (PR), Edson Pimenta (PC do B), João Leão (PP), Rui Costa (PT), Sérgio Brito (PSC), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Paulo Braga (PMDB), Antonio Imbassahy (PSDB), Luiz Carreira (DEM) e Paulo Magalhães (DEM). Entre os baianos, 64% não souberam indicar em quem irão votar para a Câmara dos Deputados.


Nomes e sobrenomes consagrados da política estadual são os mais lembrados pelos eleitores de Pernambuco para as vagas de deputado federal. Os mais citados, com 3%, são Ana Arraes (PSB) - filha do ex-governador Miguel Arraes e tia do atual governador e candidato à reeleição, Eduardo Campos - e João Paulo (PT), prefeito do Recife por dois mandatos, entre 2001 e 2008. Inocêncio de Oliveira (PR), que tenta o décimo mandato, consegue 2% das menções, mesmo índice do ex-senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra. No Estado, 61% ainda não têm ou não souberarm mencionar o nome em quem pretendem votar para deputado federal.


O Paraná é o Estado com o maior índice de eleitores que não conseguem indicar um nome para a Câmara. Segundo o levantamento do Datafolha, 71% dos paranaenses não sabem ou não se lembram do nome do escolhido para deputado federal. Os deputados mais citados pelos eleitores atingiram 1% das intenções de voto. São eles: Zeca Dirceu (PT), Odílio Balbinotti (PMDB), Hauly (PSDB), Ratinho Júnior (PSC) Fernando Giacobo (PR), Cida Borghetti (PP), Sandro Alex (PPS) e Alex Canziani (PTB).


No Distrito Federal, os candidatos Paulo Tadeu (PT) e Reguffe (PDT) alcançam 6% das indicações de voto para a Câmara dos Deputados, cada. Ainda entre os mais citados aparecem Magela (PT), com 3%, e Izalci (PR) e Jaqueline Roriz (PMN), com 2% cada um deles. Não conseguiram responder á pergunta sobre a escolha de deputado federal 63% dos entrevistados do Distrito Federal.



Para 59% dos sem-candidato, escolha será feita perto da eleição
67% não se lembram em quem votaram em 2006


A decisão sobre o voto para deputado federal será tomada nos dias que antecedem as eleições pela maior parte dos eleitores sem-candidato. Segundo o levantamento do Datafolha que foi a campo entre os dias 8 e 9 de setembro, 59% dos que ainda não tinham em quem votar iriam se decidir sobre o candidato no período mais próximo das eleições, enquanto 25% disseram que escolheriam um nome nos dias posteriores à pesquisa.


Os subsídios mais usados pelos eleitores para a escolha do deputado federal são as notícias de jornais, rádios e TV e as conversas com amigos, colegas e familiares. O noticiário é considerado muito importante para essa decisão pora 58% dos eleitores brasileiros, enquanto 16% o consideram desimportante. Já a opinião manifestada em conversas com pessoas próximas é considerada muito importante por 57%, e sem importância por 16%.


As orientações de igrejas, associações e sindicatos são consideradas muito importantes para a escolha do deputado federal por 28%, enquanto 43% dizem ser desimportantes. Esse tipo de influência é menos considerado pelos eleitores do que o horário eleitoral gratuito, que é muito importante para 43% do eleitorado. Outros 26% afirmam que esse tipo de propaganda não tem importância para o voto no deputado federal. As informações conseguidas na internet são consideradas importantes por 32% dos eleitores, índice semelhante aos que dizem ser desimportantes (34%).


A escolha do deputado federal na eleição passada também é pouco lembrada pelos eleitores. Em média, 67% dos brasileiros não sabem ou não lembram para quem dedicaram esse voto nas últimas eleições para o cargo, em 2006. Essa taxa é mais elevada no Sudeste (69%) e Sul (69%) do que no Nordeste (66%) e Norte/Centro Oeste (59%).

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