Cristo é o Redentor - Apocalipse 5:1–5; 11–14 - Entendendo e vivendo


Digno!
Semana passada, exploramos a adoração de Deus conforme revelado em Apocalipse 4. Agora, vamos analisar o desejo divino e como foi revelado no capítulo 5.
Os segredos do “pergaminho”
João continua nesta experiência visionária e vê o Pai segurando um pergaminho selado com sete selos. Tais selos, ou “fechaduras” se preferir, devem ter chamado sua atenção. 
Eu lembro que, quando era adolescente, de tempos em tempos, as meninas levavam seus diários à escola. Eles tinham um cadeado e as donas posuíam as chaves. O visual daquilo sempre intrigava a nós, meninos, e nos perguntávamos: “O que tem escrito ali?” Os diários, geralmente, revelavam o coração da pessoa: seus sonhos e desapontamentos, esperanças e feridas, planos e dores.
João também notou que esse pergaminho estava escrito em ambos os lados. Imagine uma folha - uma que tenha texto, talvez até alguma obra de arte, nos dois lados -, enrolada e amarrada com uma fita adesiva. Quando você olha para esse pergaminho, só pode ler uma parte do que ele contém, considerando seu lado de fora. Enquanto o papel pode abranger 187 metros quadrados de informação, (desde um suplemento até uma folha de papel), você só consegue captar cerca de um quarto dele! Para aqueles com mentes investigadoras de saber, isso seria frustrante! Mas a frustração duraria somente um segundo, pois não hesitaríamos em olhar através da fita para ver o escrito interno do pergaminho!
Alguém digno?
Ainda na sala do trono de Deus, antes que qualquer um tivesse chance de fazê-lo, um forte anjo grita: “Quem é digno de abrir isto?” O que queria dizer: “Quem quer abri-lo?” O pergaminho é de tal valor que, assim como os diários dos meus dias de escola, somente o dono, possuidor da chave, é digno. Meus colegas e eu poderíamos querer abri-lo, mas não tínhamos esse direito.
Agora que o anjo elevou o nível do assunto de “querer” para “merecer”, isso fez com que João chorasse. Talvez ele soubesse, instintivamente, que algo incrível estava escrito sob seus lados... Quiçá pudesse ver que a mesma parte visível continha escrita embora considerar aquilo tenha se tornado um assunto de “merecimento” (vs. 3-4).
Nós, que vivemos 2.000 anos após e podemos abrir nossas bíblias para “ver” o que estava escrito naquele rolo (o que afeta a maioria do restante do livro de Apocalipse), estimamos que o pergaminho continha a vontade de Deus para aquilo que seria o futuro, do ponto de vista de João. Não poder abri-lo significaria não conseguir descobrir a vontade divina, portanto. De fato, isso deteria ou atrasaria o desdobramento de sua vontade.
De um modo prático, não somos dignos de desdobrar a vontade de Deus para a nossa vida – somente Jesus é! E estamos dispostos a deixá-lo tomar a liderança ao invés de apenas seguir com nossa vida?

O Cordeiro é digno
Um ancião veio até João e encorajou-o a recobrar o ânimo. O Cordeiro de Deus, morto desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8), é digno de receber o rolo, soltar seus selos e ver seus “segredos”. O declara a João que o Cordeiro (Jesus) é digno, pois ele venceu (prevaleceu)!
Jesus é digno, não apenas por ser o “Leão da tribo de Judá” e poderia fazê-lo usando seu poder (Gênesis 49L9-10; Miquéias 5:2). Tampouco é merecedor apenas por ser a “Raiz de Davi” e por poder tomá-lo pela virtude de uma árvore genealógica (Isaías 11:1, 10; Romanos 1:3). Jesus é digno, porque prevalece sobre o mundo, sobre a carne e acima do diabo pela virtude de sua morte e pela ressurreição (João 16:33; Colossenses 2:9-15)!
Estamos redimidos!
No núcleo da revelação do que estava escrito no pergaminho, está o trabalho de redenção. O plano mestre de Deus para toda a eternidade era trazer-nos a uma relação redentora com ele mesmo. Todos os eventos que a profecia estende tem um propósito derradeiro – a aquisição de um povo para Deus.
Você e eu podemos sentir profundamente nossa separação de Deus por causa dos pecados cometidos por nós. Conseguimos saber além de qualquer dúvida que nosso débito é a morte. Percebemos que vendemos nossa alma ao pecado e que não somos coisa alguma além de escravos de suas paixões.
A palavra usada para “digno”, em 5:9, é grega, “a[xio"”(Haksios); ela significa mercado ou comprar num mercado. É empregada mais frequentemente no Novo Testamento para indicar o tipo normal de negociação de compra e venda (mesmo para comprar um tecido de linho, ou uns temperos, ou os ungüentos com que Jesus seria sepultado); também se emprega referindo-se ao preço pago pela nossa vida (Apocalipse 5:9l 14:3,4; 1 Coríntios 6:20; 7:23; 2 Pedro 2:1). 
Podemos achar que, no mercado da vida, não somos coisa alguma além de um pedaço esquecido de farrapo, perdido num monte de coisas, fora da vista de qualquer um que poderia se importar. Mas estamos errados em pensar assim; Jesus se importa! Ele importou-se tanto que pagou o preço mais caro por você, dando sua própria vida, derramando seu sangue na cruz. Agora, ao invés “da mesma música, do mesmo verso” ser a norma para a vida, temos uma nova canção de louvor àquele que nos resgatou de uma vida sem nenhum propósito.
De fato, estar atados para ser “redimido” é um motivo para a nossa existência – servir a Deus e aos outros como um sacerdócio real aqui na Terra! Não admira que, na luz do Cordeiro, prevalecente ou conquistador de todos, louvor e adoração sejam expressos ao grau máximo! Seu coração bate forte com palavras, clássicas e contemporâneas, tais como “Redimido, como eu amo proclamar isto; redimido pelo sangue do Cordeiro” e, “Que os redimidos do Senhor digam, sou redimido, sou redimido, louvai o Senhor”?
Dando louvor diante do Cordeiro!
Ser redimido e ter um motivo de existência resultam em regozijo de todos e de tudo! Vemos, primeiramente, que o louvor é oferecido pelas criaturas vivas e pelos anciãos com instrumentos (a palavra grega dá, em Português, origem à guitarra ou a violão) e incenso. Então, vemos uma multidão incrivelmente grande de anjos fazendo barulho diante do Cordeiro enquanto davam a ele louvor e glória! E, finalmente, como num crescente, vemos toda a criação dando glória a Deus. 
A única orientação passada é que nós, como as criaturas e os anciãos, digamos “Amém” e adoremos ao Senhor, o que vive para sempre! Fomos redimidos! Temos um motivo para viver! Regozijemos!

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