Paes quer auditoria externa após explosão de bueiro em Copacabana Prefeito disse que fato foi "um escândalo" e prometeu fiscalização. Presidente da Light admite que podem ocorrer novos problemas


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Prefeito Eduardo Paes vistoriou local da explosão de câmara subterrânea da Light na manhã deste sábado
A Avenida Nossa Senhora de Copacabana segue interditada entre as ruas Miguel Lemos e Bolívar, desde a noite de sexta-feira, após a explosão de um câmara subterrânea da Light que feriu cinco pessoas. Para os motoristas que trafegam pela via, o desvio está sendo feito pela rua Miguel Lemos, Avenida Atlântica (sentido Leme) e Rua Barão de Ipanema ou Rua Figueiredo de Magalhães, onde retornam para a Nossa Senhora de Copacabana. Os ônibus que têm a via no intinerário seguem pela Rua Figueiredo de Magalhães.O trânsito está liberado para moradores e carros de emergência. De acordo com a Prefeitura, as vias deverão ser liberadas por volta das 15h deste sábado.

Equipes da CET-Rio, Guarda Municipal, Bombeiros, Light e Seconserva continuam trabalhando no local. Na manhã deste sábado, o prefeito Eduardo Paes e o secretário de conservação, José Carlos Osório, estiveram no local para uma vistoria. Paes afirmou que cobrará os prejuízos da Light, já que terá de ser feito recapeamento do asfalto, além dos danos nas instalações da fornecedora de energia, e que deverá contrarar uma empresa para fazer uma auditoria externa. Ele disse ainda que vai intensificar a fiscalização sobre as concessionárias que utilizam o subsolo da cidade.

"O que aconteceu aqui é um escândalo. Não há multa que pague essa situação. É inaceitável que numa cidade como o Rio aconteça esse tipo de acidente com essa frequência. Hoje foi o limite dessa situação. A Light é responsável e vai pagar pelos seus erros e arcar com o prejuízo daqui. Vamos contratar uma empresa, ou instituição, e, junto com a Rioluz faremos uma auditoria externa. O subsolo é do município e a Light vai ser cobrada", afirmou o prefeito.

Em entrevista coletiva concedida na manhã deste sábado, o presidente da Light, Jérson Kelman, afirmou que a câmara na qual aconteceu o acidente estava no programa de recuperação de equipamentos da empresa que só deve ser concluído no fim do ano. Ele reconheceu que podem ocorrer novos problemas na cidade. "Fomos pegos no contrapé. Isso estava dentro do nosso plano, mas acabou acontecendo o problema antes. O prefeito tem razão de cobrar e pedimos desculpas à população. Vamos acelerar o programa de substuição, será a prioridade número 1", disse Kelman, admitindo que dois mil equipamentos estão em situação crítica, dos quais 1170 estão sendo monitorados e 130 já passaram por vistoria, mas ainda estão sem monitoramento.

Outras explosões já deixaram feridos no Rio
Em 29 de junho de 2010, um casal de americanos foi atingido pela explosão de outro bueiro em Copacabana, na esquina da Rua República do Peru com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana. A turista Sarah Nicole Lawry teve 80% do corpo queimado e ficou internada por 68 dias na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio. O marido, David James McLaughlin, teve 30% do corpo queimado no incidente. A explosão foi causada por uma fagulha que entrou em contato com gás. Na ocasião, o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, se reuniu com representantes da Light e CEG, mas concluiu não haver solução a curto prazo para os bueiros do Rio. Ele afirmou que seriam feitas melhorias e investimentos até 2014.

Em 2011, dois casos aconteceram no Centro do Rio. No dia 22 de fevereiro, pedestres se assustaram ao passarem pela Avenida Rio Branco, por causa da fumaça saindo de um prédio no local. O Corpo de Bombeiros informou, na ocasião, que a fumaça vinha de um bueiro da Light no subsolo do imóvel. Não houve feridos e a Light informou, através de nota, que um defeito em um cabo de baixa tensão causou oscilação de energia e o deslocamento da tampa que dá acesso à rede subterrânea da companhia.

No mesmo dia, um bueiro explodiu também no Centro, na Avenida Presidente Vargas, deixando três prédios e uma agência bancária sem energia. O Detran também foi atingido e o incidente foi provocado por defeito em um cabo de baixa tensão.

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