Petistas e tucanos avaliam que o debate da TV Globo, agendado para a próxima quinta-feira, terá papel decisivo para determinar se a eleição presidencial terá ou não segundo turno.
Depois de quase dar como perdida a eleição, o PSDB avalia que basta Dilma Rousseff (PT) perder mais dois pontos nas pesquisas para que o debate ganhe caráter de definição da eleição.
Entre tucanos, a maior preocupação não está no conteúdo, mas na forma. Serra treinará para ser mais objetivo, concluindo suas respostas dentro do tempo fixado pela emissora.
O comando da campanha de Dilma, do seu lado, vai lançar uma ofensiva na próxima semana para tentar recuperar os pontos perdidos nos últimos dias e chegar ao debate numa situação confortável, evitando pressões sobre a candidata.
Dilma recuou dois pontos na última pesquisa Datafolha, enquanto Marina avançou dois e Serra, um. Com isso, a diferença dela para os adversários caiu de 12 para 7 pontos. Nesse cenário, ela venceria no primeiro turno.
A campanha da petista espera evitar esse cenário com os últimos programas eleitorais, buscando passar a mensagem de que Dilma é a candidata que une o Brasil, com depoimentos de pessoas de todas as classes sociais.
Além disso, será reforçada a comparação entre os governos Lula e FHC, indagando ao eleitor se ele prefere a volta ao "passado" ou a continuidade da gestão petista.
Novas gravações também foram feitas com Lula, para reforçar a ligação entre eles.
O marqueteiro João Santana quer transmitir otimismo na reta final da TV, evitando cair em provocações. As inserções curtas podem ser usadas, no entanto, para rebater eventuais ataques.
Outro cuidado será nas declarações da candidata. A campanha decidiu adotar a tática "paz e amor" usada na campanha de Lula em 2002.
Além de diminuir as críticas da candidata à imprensa e à oposição, o desejo é que o próprio Lula modere o tom.
Desde sábado, quando o presidente abriu fogo ao dizer que órgãos da imprensa "se comportam como partidos políticos", houve uma escalada nas críticas à mídia.
A própria candidata se alterou ao reagir publicamente a uma reportagem da Folha. O entendimento da coordenação é que as críticas tendem a levar à perda de votos. Além disso, há uma preocupação com a relação com a imprensa após a eleição, caso ela vença em 3 de outubro.
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