Cerca de 4 milhões de brasileiros têm uma relação doentia com o jogo. É o que afirma o psiquiatra Hermano Tavares, coordenador do ambulatório de jogo patológico do Instituto de Psiquiatria do HC, ligado à Universidade de São Paulo (USP). De acordo com um estudo recente, 1% da população preenche todos os critérios para a doença e outros 1,3% apresentam uma relação nociva com os jogos de azar.
Em entrevista ao psiquiatra Jairo Bouer, colaborador do UOL Ciência e Saúde, Tavares explica que a principal característica do viciado em jogos é a perda de controle: a pessoa gasta mais do que o planejado, ou passa mais tempo do que gostaria jogando. Junto com o vício por compras, sexo e comida, a compulsão por apostas é uma das dependências comportamentais mais frequentes na população.
O especialista comenta que a internet tem sido uma porta de entrada para o vício. Em países onde o jogo é legalizado, o meio já está substituindo a ida aos cassinos. E, no Brasil, ele conta que já é comum encontrar jogadores patológicos que começaram utilizando o celular.
O tratamento para a doença é baseado em psicoterapia e, em alguns casos, remédios também podem ser indicados. Ele comenta que não é incomum que o jogador patológico desenvolva, em paralelo ao vício, doenças como ansiedade e depressão. "Cerca de 80% dos jogadores que buscam ajuda já pensaram em se matar e 17% efetivamente tentaram", diz.
O psiquiatra comenta que o ambulatório de jogo patológico está selecionando pacientes para um tratamento experimental na Grande São Paulo e no Rio com medicamentos já usados para outros tipos de compulsão. Ainda que a pessoa não preencha os critérios para o estudo, ela poderá ser tratada no serviço, que é público. Os interessados, em SP, podem telefonar para (11) 2307-7805 ou, no Rio, para (21) 7830-3991.
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