Lula diz que não viu novidade na declaração de Bento 16 sobre política no país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a declaração feita ontem pelo papa Bento 16, que condenou o aborto e clamou para que um grupo de bispos brasileiros oriente politicamente fiéis católicos.
"Eu não vi nenhuma novidade na declaração do papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe", avaliou Lula, após visitar o Salão do Automóvel, na capital paulista. 

 Questionado sobre a proximidade do discurso do papa com a eleição no Brasil, o presidente preferiu não polemizar.

"Isso pode ser falado a qualquer momento: ontem, hoje ou amanhã. Toda vez que você questionar um papa sobre a questão do aborto ele vai dizer exatamente o que disse o Bento 16 ontem."

Em discurso feito em Roma, o papa reiterou a posição católica a respeito do aborto, condenando o uso de projetos políticos que defendam aberta ou veladamente sua descriminalização.

"Os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas."

Segundo o papa, a democracia só existe quando "reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana".

Bento 16 fez um "vivo apelo a favor da educação religiosa" nas escolas públicas e pediu ainda pela presença de símbolos religiosos em locais públicos. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é citado como um exemplo de monumento que contribuiu para o "enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade


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