Sobe para 28 número de mortos pela erupção do vulcão Merapi


Vulcão Merapi Destruição causada pela erupção do vulcão Merapi (Trisnadi/AP)
Ao menos 28 pessoas morreram na terça-feira na erupção do vulcão Merapi, o mais ativo da Indonésia, revelaram autoridades locais nesta quarta-feira. O número de feridos chega a 91. A maioria dos corpos resgatados está carbonizada, enquanto os feridos sofrem problemas respiratórios e queimaduras.
Entre as vítimas está o homem que personificou aos olhos dos indonésios o Merapi, Mbah Marijan, conhecido como "o guarda espiritual" do vulcão. Marijan, de 80 anos, foi encontrado queimado em sua casa, a cerca de 4 km da cratera, segundo um correspondente da AFP.
Mais cedo, Banu Hermawan, porta-voz do hospital Sardjito, em Yogyakarta, a grande cidade universitária situada a 25 km da cratera, falava em 25 mortos. "Ao menos 25 pessoas morreram, incluindo Mbah Marijan, um jornalista e dois socorristas indonésios", revelou . Um bebê de três meses também está entre as vítimas fatais. O boletim precedente informava 13 óbitos.
A explosão do Merapi, de 2.914 metros, foi registrada ao crepúsculo de terça-feira, provocando pânico entre a população de suas escarpas, muito férteis e habitadas. Merapi está situado bem no meio de uma região extremamente habitada no centro da Ilha de Java.
Mais de um milhão de pessoas vivem sob a ameaça de uma explosão do domo de lava, de nuvens incandescentes e lahars (avalanches de lodo formados pela fluidificação de materiais vulcânicos saturados de água, comportando-se como um fluido viscoso). As autoridades haviam aumentado ao máximo, na segunda-feira, o nível de alerta ante o risco de erupção iminente.
Evacuação - Os milhares que moram num raio de 10 quilômetros em torno da cratera respeitaram a ordem de evacuação, principalmente mulheres, crianças e idosos, acolhidos em centros comunitários ou barracas. Muitos homens, fazendeiros na maior parte, retornaram as casas ou se recusaram a deixá-las, para tratar de seus animais e plantações - as terras do Merapi são extremamente férteis.
A população está habituada às cóleras do Merapi, que entra em erupção em intervalos de entre 4 a 5 anos; 68 erupções foram registradas desde a metade do século XVI, das quais algumas devastadoras, como em 1930 (1.400 mortos) e 1994 (60 mortos).
A última remonta a junho de 2006 e aconteceu alguns dias após o terremoto de 27 de maio, de magnitude de 6,3 na escala Richter que atingiu a cidade de Yogjacarta e seus arredores, fazendo 5.800 mortos.
Devido aos riscos, o Merapi é o vulcão mais vigiado da Indonésia, com sua atividade acompanhada permanentemente por sismógrafos que estudam os movimentos provocados notadamente pela subida do magma.
(com Agência France-Presse)

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