Sobe para 370 o número de mortos por tragédia na Indonésia

O número de mortos pelo tsunami que arrasou várias ilhas indonésias na segunda-feira (25) voltou a subir e chegou a 343 mortos nesta quinta-feira (28). O país também foi afetado na terça-feira (26) pela erupção do vulcão Merapi, na ilha de Java, que deixou 32 mortos.
 
Três dias depois do terremoto seguido por tsunami que abalou a costa oeste das ilhas Mentawai, o material de socorro e ajuda finalmente começou a chegar às zonas mais afetadas da região, que é de difícil acesso. 
 
Um navio com alimentos, água e remédios chegou hoje a Sikakap, na ilha de Pagai do Norte, onde a falta de estradas em bom estado e os problemas de comunicação prejudicam muito as operações de emergência.
 
No porto, centenas de habitantes eram atendidos, sobretudo por ferimentos provocados pela passagem das sucessivas ondas gigantes, de cerca de três metros, que avançaram até 600 metros terra adentro.
 
A esperança de encontrar sobreviventes entre as pessoas desaparecidas diminuiu a cada dia.
 
Nas ilhas, todos os moradores relatavam a brutalidade da catástrofe. Durante a noite, o tsunami veio apenas 10 minutos depois do terremoto de 7,7 de magnitude. "Ouvimos uma explosão quando chegou a primeira onda", contou Chandra, 20. A jovem conseguiu sobreviver, segundo ela, "por milagre, graças ao tronco de um coqueiro". O marido, no entanto, morreu e o seu bebê continua desaparecido.
 
No vilarejo de Muntei Baru Baru, onde restaram apenas as fundações das casas, os sobreviventes disseram que não foram avisados, apesar do alerta de tsunami emitido pelas autoridades logo após o terremoto.
 
Um sistema sofisticado e caro de alerta foi instalado ao longo da costa de Sumatra após o terrível tsunami de dezembro de 2004, que matou mais de 220 mil pessoas em vários países asiáticos, mas as autoridades reconhecem que o sistema não está disponível nas ilhas Mentawai, onde muitos vilarejos sequer contam com energia elétrica.
 
Vulcão
Em Java, a população prestou uma última homenagem aos 32 mortos da erupção do vulcão Merapi. Vinte dos corpos foram enterrados juntos.
 
Alguns deles não foram identificados, por estarem completamente desfigurados após serem cobertos pelas cinzas incandescentes expelidas pelo vulcão.
 
Uma cerimônia privada foi organizada para aquele que, segundo os indonésios, personificava o Merapi, o "avô" Marijan, que era o "guardião espiritual" da montanha. Ele faleceu aos 83 anos depois que se recusou a abandonar a casa em que morava, apesar dos riscos da erupção.
 
O balanço da tragédia poderia ter sido muito maior sem a ordem de retirada emitida na segunda-feira pelas autoridades para as 19.000 pessoas que moram nas proximidades do vulcão. Hoje, o Merapi, considerado o vulcão mais ativo da Indonésia, continuava expelindo nuvens de fumaça cinza, mas com uma atividade consideravelmente reduzida.
 
"O vulcão está relativamente tranquilo. Vamos avaliar sua atividade nos próximos dias antes de decidir se autorizamos o retorno dos moradores", declarou Subandrio, um dos vulcanologistas responsáveis pela vigilância da região.
 
* Com agências internacionais.

Comentários