Dilma e Lula participam de missa em homenagem a José Alencar




A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediram de José Alencar às 21h28 desta quarta-feira.
Chorando muito, Lula beijou a testa de Alencar, seu vice-presidente desde 2003 e apontado como principal fiador político de sua primeira eleição.
Dilma, que conversou durante alguns minutos com a viúva de Alencar, Mariza, foi mais comedida. Observou o rosto de Alencar no caixão durante alguns segundos e deu um leve toque nas mãos do ex-vice-presidente. A ex-primeira dama, Marisa Letícia, repetiu o gesto de Lula e também beijou Alencar.

Sérgio Lima/Folhapress
Ex-presidente Lula se despede do ex-vice-presidente José Alencar no Palácio do Planalto
Ex-presidente Lula se despede do ex-vice-presidente José Alencar no Palácio do Planalto
Ao chegar no salão nobre do Palácio do Planalto, onde ocorre o velório de Alencar desde a manhã de hoje, Lula deu um forte abraço em Josué Gomes, filho de Alencar.
Dilma e Lula chegaram em Brasília juntos, a bordo do avião presidencial. A presidente tinha ido a Portugal acompanhar a entrega a Lula do título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra.
Agora acontece o rito de encomendação de Alencar. A celebração é presidida pelo núncio apostólico, Lorenzo Baldissieri.
Os ministros de Dilma, que já haviam comparecido ao velório pela manhã, na chegada do corpo de Alencar, voltaram ao Planalto.
Pela manhã, o caixão com o corpo de José Alencar foi recebido pelo vice-presidente, Michel Temer.
Mais de 6.200 pessoas passaram pelo velório durante o dia, de acordo com a Presidência.
Pela manhã, uma missa com autoridades e familiares já havia sido celebrada por Baldisseri.
Amanhã, o corpo de José Alencar será transportado para Minas Gerais.
O velório de Alencar será aberto ao público também no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, a partir das 9h até as 13h.
O corpo do ex-vice-presidente será cremado às 14h no Cemitério Parque Renascer, em Contagem (MG).
Segundo a assessoria do ex-vice-presidente, a cerimônia será restrita aos familiares.
DE EMPRESÁRIO A POLÍTICO
O ex-vice entrou na política graças a sua atuação empresarial bem sucedida. O sucesso frente à Coteminas, uma das maiores indústrias de tecido do Brasil, o levou para instituições que o colocaram em contato direto com a sociedade civil.
A visibilidade em Minas impeliu Alencar a entrar para a política, e em 1993 ele se filiou ao PMDB. No ano seguinte, ele se lançou candidato ao Governo de Minas, quando ficou em terceiro lugar. Em 1998, ele tentou uma vaga no Senado Federal por seu Estado: acabou eleito com quase 3 milhões de votos.
No Senado, foi presidente da Comissão Permanente de Serviço de Infraestrutura, membro da Comissão Permanente de Assuntos Econômicos e membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais.
O passo mais importante na política, no entanto, aconteceu na eleição presidencial de 2002, quando, já pelo PL, ele foi o vice na chapa vencedora encabeçada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
No início, Alencar foi um vice polêmico. Ele se notabilizou como um dos principais críticos da política econômica do governo. Suas farpas miravam principalmente a política de juros altos do governo, que tentava, com isso, conter a inflação.
As críticas renderam reclamações da equipe econômica e conversas reservadas com o presidente.
Mas foi a pedido de Lula que a partir de 2004 ele passou a acumular os cargos de vice-presidente e de ministro da Defesa. Ele comandou o ministério até março de 2006.
Foi também naquele ano que a dupla Lula-Alencar disputou e venceu a reeleição presidencial, o que permitiu sua permanência no poder até o final do mandato.
Alencar, casado com Mariza Campos Gomes da Silva, deixa três filhos (Maria da Graça, Patrícia e Josué) e cinco netos: Ricardo, Geovana, Barbará, Josué e Davi.

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