Edir Macedo (foto), líder da Igreja Universal,
e outros 3 dirigentes são acusados de lavagem de dinheiro, evasão
de divisas e formação de quadrilha
A Justiça Federal em São Paulo abriu ação criminal contra o
bispo Edir Macedo, líder mundial da Igreja Universal do Reino
de Deus (Iurd), por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e
formação de quadrilha. Além de Macedo, serão processados
outros três dirigentes da igreja - a diretora financeira Alba
Maria Silva da Costa, o bispo e ex-deputado federal João
Batista Ramos da Silva e o bispo Paulo Roberto Gomes da
Conceição. A Justiça decretou sigilo dos documentos do processo.
A Procuradoria da República, ao apresentar denúncia contra
Macedo e seus aliados, pretendia também processá-los por
outros dois crimes, estelionato e falsidade ideológica. Mas a
Justiça rejeitou essa parte da acusação. A procuradoria vai
recorrer porque está convencida de que a conduta dos bispos
da Universal se enquadra na forma de organização criminosa,
conforme previsto na Convenção de Palermo, ratificada
pelo Brasil em 2004.
Segundo a denúncia, subscrita pelo procurador Sílvio Luís Martins
de Oliveira, Macedo e seus próximos montaram uma quadrilha
para lavar dinheiro da Iurd, remetido ilegalmente do Brasil para
os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista,
entre 1999 e 2005. O procurador sustenta que o dinheiro era
obtido por meio de estelionato contra fiéis, iludidos com
"oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro
espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se
sacrificassem economicamente pela igreja".
O estelionato contra os fiéis é o crime antecedente da lavagem
de dinheiro que, segundo a procuradoria, ocorria por duas vias:
remessas ao exterior pela Diskline Câmbio e operações comerciais
e financeiras no Brasil usando a Cremo Empreendimentos Ltda
como empresa de fachada.
"Agora eu vou saber os termos da acusação e vou poder
apresentar defesa preliminar para mostrar as inconsistências
da acusação, que não são poucas", declarou o criminalista
Antônio Sérgio de Moraes Pitombo,
que defende a Universal.
Ele disse que não teve acesso à cópia da denúncia nem da
decisão judicial pela abertura da ação penal. Para Pitombo,
o recebimento parcial da denúncia "confirma que a acusação
não tem nenhum cabimento". O advogado ironizou. "Se o
estelionato era o crime antecedente de lavagem e não foi
reconhecido pela Justiça, vamos ver o que vai sobrar."
Fonte: Estadão
Comentários
Postar um comentário
OBRIGADO PELA VISITA.